domingo, 24 de junho de 2012

Dois Rios

O Sol é o pé a mão, o Sol é a mãe e o pai dissolvem a escuridão. O Sol se  põe se vai, e após se pôr o sol renasce no Japão. Eu vi também só pra poder entender o que a voz da vida vez  dizer.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Crônicas dos Dias Incertos III

   Liliane olhava cansativamente para as paredes vazias de seu quarto. Não havia ninguém ali por perto, todas as outras garotas estavam fora. Mas Liliane não queria sair, queria ficar ali, a sós com sua mente, procurando respostas. Estava cansada daquilo. Se sentia mal, mas não queria magoar ninguém. Liliane só queria ser feliz, fazer feliz. Mas eram tempos difíceis.
   Dali a algum tempo, as outras chegaram, e com elas os ruídos. Ao menos agora ela poderia conversar com alguém, pois ali, sozinha, ela estava a ponto de enlouquecer. O barulho foi aumentando, à medida que se aproximavam, e então alguém bateu a sua porta. Exatamente quem ela estava pensando em chamar para conversar: Taís, sua eterna conselheira. Liliane abriu a porta, mas não houve tempo para que falasse o que sentia. Taís estava sorridente, e começou a falar do jeito rápido, como sempre falava. Ela queria contar logo.
   - Lily, tem alguém...
   - Ah não! De novo não!
   - Calma... dessa vez vai ser bom. Olha, você já me falou sobre ele. Garanto que vai gostar e...
   - Não pode ser...
   - Artur!
   Taís só viu um sorriso bobo no rosto de Liliane, que, pelo que pode perceber, continuava lá na manhã seguinte.


Lau d.

sexta-feira, 15 de junho de 2012


Fisicamente distante de qualquer lugar, data impossível de ser definida.

Boa noite.
   Cá estou novamente. Esse lugar me conforta, me ilumina. Mesmo muito ocupada, tenho pensado. O que eu quero (ou o que eu acho que quero, ou o que eu acho que deveria querer, ou o que talvez me agrade imaginar)? 
    Viu? A questão já é outra. E outra, outra, outra. Confusa sempre fui, fato. Mas agora pode ser diferente. Assim como todas as outras vezes que poderiam ser diferentes. "Mas essa é mesmo". Sim, tudo bem.
    Vamos supor que seja, pois em nada me agrada achar que não será diferente. O que importa é que estou decidida a tomar uma atitude. Quero agir, quero fazer, quero conseguir. Antes que me torne fria.
    Muitos têm me ouvido falar incessantemente, e têm me motivado. Também é por eles, sabe? Quero mostrar que valeu a pena. As coisas não estão difíceis. Sou eu quem as vejo assim. Quando eu voltar, espero esquecer essa máscara da dificuldade. Quero encarar as coisas de outra maneira, mais simples. Me jogar.
    Já está na minha hora. Amanhã, o dia é outro.
    Tenha bons sonhos.
Lau d.

domingo, 10 de junho de 2012

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Crônicas dos dias incertos II


Seus corpos se uniram. Grudados, um no outro. E em passos descompassados, dançavam às cotoveladas com os outro ali. Era cômico. Liliane sorria, disfarçando o arrepio. Era frio, era escuro. Mais juntinho, e em retas bem delineadas ela ficava quase maior. Era fofinho, engraçadinho, ela gostava. Sem graça, eles riam.
Liliane ficaria ali para sempre.
Eles tiveram, porém, que ir. Antes, um abraço: talvez essa fosse uma amostra da tal da felicidade.

Lau d.

sábado, 9 de junho de 2012

Simples Leitora


Lia,
Lia versos, cartas, bulas, pacotes, livros,
Lia tudo.


Olhava em volta:
E o dia já havia se passado
Na necessidade de se concentrar
Se esquecia
De si mesma
Do mundo, dos problemas


Não pode, diziam
Ler, ler, ler
Para que ler?
Perda de tempo


Não, não era
Ler era tudo
Era aconchego, era abraço
Lhe negavam simples gestos
Mas ler a mantinha viva


Lau d.